Muito Mamífera!
Para alguns a palavra “mamífera” pode soar animal demais, rsrs, mas é isso aí mesmo... me descobri alguém muito mamífera, meio loba, meio leoa e totalmente mãe, lambendo a minha cria todos os dias e noites.
Me preparei para a amamentação, mas confesso que conheço pessoas que fizeram muito mais do que eu. Eu fazia uns exercícios no banho, nada de passar sabonete ou qualquer óleo, mas ao mesmo tempo, nunca passei nenhuma pomadinha ou tomei sol nos seios durante a gravidez. Em compensação lia tudo que achava a esse respeito e aprendi muita coisa boa sobre a maneira correta de amamentar.
Assim que Maria Clara nasceu e foi para o quarto, uns 30 minutos depois do nascimento, ela já foi colocada no meu seio para mamar. De primeira ela conseguiu pegar e começou a mamar como um bezerrinho. Eu tinha leite, sim! Ela estava mamando pela primeira vez! Que coisa incrível! Como isso é possível? Como eles sabem direitinho o que fazer? Que Deus mais perfeito e maravilhoso que ao nos criar pensou em tudo direitinho...
Lembro da Maria Clara em casa e do momento que o leite desceu com força total, o peito virou uma bola de basquete, ficou tão cheio de duro que ela não conseguia mamar, pegava, tentava sugar, mas não conseguia... fiquei desesperada. Eu, cheia de leite e minha filha berrando de fome. Isso durou algum tempo... eu andava de um lado para o outro com ela no colo, até que parei de frente a minha imagem de Nossa Senhora e pedi que ela como mãe, me ajudasse e nessa hora consagrei toda a amamentação exclusiva da Maria Clara a ela. Imediatamente, minha filha conseguiu pegar o peito e começou a mamar.
Não sei explicar a sensação, era inexplicável sentir a boquinha da minha filha mamando, era maravilhoso saber que eu que alimentava minha filha, dava a vida a ela todos os dias através da amamentação. Adorava ver minha blusa manchada de leite, amava ordenhar o leite e estocar. Cheguei a ter 1litro de leite “made in Edwiges” estocado no meu congelador. Algo que fiz que me dá muita alegria de relembrar é o fato de ter doado meu leite para o IFF- Instituto Fernandes Figueira e ter ajudado a alimentar também outros bebezinhos.
Não foi fácil, foi maravilhoso, foi lindo, foi mágico, mas... não foi fácil amamentar. Muitas vezes, achava que não iria conseguir porque estava cansada demais. Na primeira semana quando Maria Clara mamava toda hora, sentia o peito ardendo muito e tinha medo de que rachasse, coisa que graças a Deus e a muita leitura, não aconteceu. Nesses dias, tive vontade de dar o NAN para ela por puro cansaço, mas não tive coragem, eu estava cheia de leite, precisava assumir que aquele era o momento de ser sim, somente um par de peitos. Era um momento de renúncia para que o melhor fosse feito a minha filha. Confesso que passei por momentos muito difíceis, acordar de hora em hora, me acostumar com o choro da Clarinha... não poder sair de casa porque ela poderia querer mamar, não conseguir tomar um banho ou almoçar com calma. Muitas vezes chorei, nunca tinha passado por isso e eu achei que foi mais difícil do que eu esperava que seria. Tive sempre o Sergio do meu lado que segurou a barra comigo, foi ele que me dava força quando eu chorava. Não tive rachadura, a amamentação correu super bem dia após dia e sempre foi a minha maior alegria. Quantas vezes no silêncio da madrugada que eu olhava encantada minha filha mamando, passava as mãos pelos cabelinhos dela e quando ela parava de mamar, cansada, eu a incentivava falando “vamos, filha!”. Muitas vezes chorava de alegria de poder viver momentos tão singelos e ao mesmo tempo tão fortes. E quando ela mamava olhando para mim? Ao mesmo tempo que sugava, sugava, sugava, me fitava nos olhos... Também era maravilhoso e eu adorava quando a Clarinha enchia tanto a barriguinha que praticamente desmaiava no meu colo de tanto mamar, caía para o lado e eu podia ver o leite escorrendo pela sua boca.
Momentos inesquecíveis que ficarão para sempre guardados na minha memória e eu fazia questão de olhar bem para ela mamando porque sabia que um dia esses momentos tão maravilhosos acabariam e se eu pudesse, engarrafaria todos eles.
Minha meta sempre foi amamentar a Maria Clara só no peito até os 6 meses e continuar até quando ela mesma não quisesse mais. Mas, exclusivamente no peito, consegui levar a Maria Clara até os 5 meses e me sinto muito vitoriosa por isso. Senti muito quando percebi a crescente diminuição da produção do meu leite e também como a minha filha começava a se interessar por outros alimentos além de mim, rsrsrs.
Hoje, vivemos uma nova fase. A Maria Clara começou a comer frutinhas desde os 5 meses e agora com quase 6 meses, começou a comer a papinha salgada.
ELA ESTÁ CRESCENDO. Não cabe mais entre meus seios, onde dormia tranquilamente... está enorme, engatinha com agilidade e rapidez, consegue virar e desvirar sozinha e também já começa a sentar-se sem apoio, fica de joelhos e um pouco em pé com nossa ajuda e conversao tempo todo com quem está perto. Também adora o nosso cachorro e as nossas gatinhas!
6 meses de vida.... daqui a pouco será 1 aninho e mais tarde entrará na escola e não vai mais parar de crescer.
QUE MARAVILHA DE DEUS AOS NOSSOS OLHOS!!!
Com carinho dessa mãe que tem muito orgulho de ser mamífera e que amou amamentar sua cria,
Edwiges